Tricolor demitiu 30% dos funcionários do administrativo e 60% do futebol e vem reduzindo expediente por custo de energia; no campo político, segue a crise entre Executivo e Deliberativo
Neste sábado, o Santa Cruz completa dois meses de inatividade no futebol profissional desde a derrota para o Iguatu por 1 a 0 trazendo a eliminação precoce da Série D, do Campeonato Brasileiro, ainda na primeira fase. E o pior é que esse ainda não é nem a metade do período que o clube ficará sem jogos oficiais, uma vez que um novo time tricolor só deve voltar a campo no início de janeiro.
Diante desse cenário, e obviamente da queda brusca de receitas, o clube precisou “encolher” para diminuir as despesas.
De acordo com o diretor financeiro Eduardo Jorge, houve uma redução de aproximadamente 30% do quadro dos funcionários do administrativo do Santa Cruz, e de cerca de 60% com o departamento de futebol.
Além disso, para reduzir despesas com energia, o expediente do clube vem encerrando mais cedo, permanecendo funcionando até o período noturno apenas setores essenciais.
Crise política
Parado no futebol, o Santa Cruz vem vivendo um extracampo tumultuado no campo político, com desentendimento entre o poder executivo e o Conselho Deliberativo.
No início de agosto, o Tribunal de Justiça de Pernambuco determinou a volta de Marino Abreu à presidência do Conselho Deliberativo após ele ter sido afastado por dois meses do cargo, também pela Justiça.
Com o retorno, Marino revogou a posse de 300 conselheiros, que haviam sido admitidos pelo então interventor do Deliberativo, Ricardo de Paula. Em seguida, em reunião no Conselho, já sem a presença desses 300 integrantes, rejeitou por unanimidade, o balanço financeiro do Santa Cruz referente ao ano de 2022. Reprovação contestada pelo presidente do executivo Antônio Luiz Neto que chamou a atuação de Marino Abreu de “ditatorial”
No início deste mês, foi iniciado um processo disciplinar e solicitado o afastamento do presidente executivo, Antônio Luiz Neto, por 90 dias, alegando descumprimento do estatuto do clube e “gestão temerária”.
Apesar das tentativas de resolução, incluindo três reuniões de conciliação por solicitação do desembargador do TJPE, Silvio Neves Baptista Filho, os representantes do Executivo e do Deliberativo do clube encerraram os debates na última terça-feira sem chegar a um acordo.
Os pontos de discordância incluem a posse dos 300 conselheiros e o pedido de antecipação da eleição, originalmente programada para dezembro. Antônio Luiz Neto classificou a ideia de antecipação como “irresponsável”.
Dezesseis dias após a eliminação na Série D, a equipe sub-20 do Santa Cruz enfrentou o Retrô na Arena de Pernambuco para disputar o título pernambucano, com a chance de quebrar um jejum de 20 anos sem títulos estaduais na categoria. No entanto, o Santa Cruz foi derrotado nos pênaltis, após um empate emocionante por 2 a 2 no tempo normal, concedendo ao Retrô sua primeira conquista.
O Santa Cruz ainda está em atividade nos Pernambucanos das categorias Sub-17 (é o quarto em seu grupo), e Sub-15 (é o quinto colocado da classificação geral).