A travessia foi realizada em praticamente um dia: 24 horas, 21 minutos e 47 segundos. A partida ocorreu no último sábado (23), no Marco Zero do Recife
O agora pernambucano Adrenalina Pura não disputava a Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (Refeno), havia 15 anos. O retorno se deu em 2023 e teve a coroação neste domingo (24), com a conquista de mais uma Fita Azul, sendo o primeiro barco a cruzar o Mirante do Boldró, no arquipélago, completando assim as 300 milhas náuticas (560 km). A travessia foi realizada em praticamente um dia: 24 horas, 21 minutos e 47 segundos. A partida ocorreu no último sábado (23), no Marco Zero do Recife.
O Adrenalina Pura retornou à Refeno através dos empresários pernambucanos Avelar Loureiro, Humberto Carrilho e Cecília Peixoto, todos formados na vela do Cabanga Iate Clube de Pernambuco. O barco agora contabiliza oito vitórias na Maior Regata Oceânica da América Latina (2000/2001/2002/2005/2006/2007/2008 e 2023). A embarcação é ainda a recordista ao ter cravado em 2007 a travessia da capital pernambucana até o arquipélago em 14 horas, 34 minutos e 54 segundos.
“Somos filhos do Patoruzú, da vela pernambucana. O Adrenalina Pura é a nova porta de entrada de uma geração de velejadores que contribuirão para o destaque da vencedora escola de vela do nosso Estado. Não poderia deixar de enaltecer a atual tripulação do Patoruzú que, como bravos lutadores, continuam batalhando pela entrega da meta de chegar à Noronha. Não é só competição. Estaremos todos acompanhando e torcendo para mais uma superação do Pato. Tenho orgulho de fazer parte desta história. Salve a Paraíba que acolhe o Pato, obrigado a Bahia por nos ceder o Adrena e Viva Pernambuco, terra de bravos guerreiros, imortal, imortal, imortal!”, comemorou Avelar.
Disputa acirrada
A partida do Marco Zero foi dividida em cinco grupos separados por horário a partir das 12h. Favoritos na disputa pela Fita Azul, Adrenalina Pura, Aventureiro 4, Reforça D4 e Kastel Patoruzú saíram às 14h. Um tiro de canhão anunciou a partida de cada grupo.
Logo no início da disputa, o Adrenalina Pura perdeu a adriça da mestra e utilizou a adriça do balão mestra no segundo rizo. O barco assumiu o primeiro lugar na madrugada do domingo, por volta da 0h35. Na ocasião, a disputa estava acirrada com o paraibano Kastel Patoruzú, detentor de três títulos da Refeno; com o Aventureiro 4, que era o Fita Azul até então; além do Maré XX e Montecristo Ambipar.
Já nas primeiras horas do domingo, o Adrenalina abriu vantagem na liderança e não mais a perdeu. O Aventureiro 4 seguia bem próximo ao Maré XX, com o Montecristo Ambipar correndo também muito bem, assim como o centenário Atrevida. Já o Kastel Patoruzú teve um problema no leme, o que o afastou da disputa pela Fita Azul.
Até a próxima terça-feira (26), todos os 88 barcos que partiram vão chegar até Fernando de Noronha. São veleiros de 15 estados do Brasil. Os estados com maior representatividade são Bahia, Pernambuco e São Paulo, com 16 veleiros cada. Em seguida, o Rio de Janeiro vem com 11 barcos. Também estão na competição embarcações de Rio Grande do Sul (6); Paraíba e Paraná (3); Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe e Santa Catarina (2 cada); Pará, Alagoas e Distrito Federal (1 cada).
São ainda quatro estrangeiros, sendo três da Argentina – Ladino, Wisdom e Talisman– e um da África do Sul, o Arabella. Reforçando que a organização da regata e ICMBio estipulam como limite 100 embarcações para o evento.
Carbono Zero
A grande novidade da Refeno deste ano é que a regata está ainda mais sustentável. Com apoio do Genio Carbon, 2023 marcou a primeira regata oceânica carbono neutro da América Latina. O Genio Carbon, além de medir as emissões de gases do Efeito Estufa do evento, também está realizando a compensação dessas emissões, através da plataforma Genio Carbon Marketplace.