Hélio dos Anjos também afirmou que não deseja mais qualquer tipo de aproximação com Diógenes Braga e Edno Melo, incluindo “até a quinta geração”. Ele indicou que os dois não estavam interessados em seu retorno ao clube.
Hélio dos Anjos, agora ex-treinador do Náutico, concedeu uma entrevista por telefone na qual explicou os motivos de sua saída do clube. Segundo o técnico, a reunião que resultou em sua demissão não contou com a presença do presidente Diógenes Braga. Conforme apurado pela reportagem, tanto Hélio quanto seu filho e assistente técnico, Guilherme dos Anjos, foram demitidos por “justa causa”.
Hélio dos Anjos não economizou críticas ao atual presidente do Náutico, a quem chamou de “falso”, e também ao seu antecessor, Edno Melo. O treinador deixou claro que não deseja ter qualquer tipo de aproximação com esses dois dirigentes, indo tão longe a ponto de mencionar que não quer contato “até a minha quinta geração”. Suas palavras refletem sua insatisfação com a gestão do clube.
“Trabalhei no Náutico pela primeira vez em 1993 e a partir daí conheci grandes alvirrubros, o que se repetiu em 2006. Nessa minha volta ao Náutico, em 2020, conheci pessoas que têm hoje sim sua importância para o clube, mas que não quero nunca mais me relacionar, como os dois presidentes. Espero que até a minha quinta geração não tenha oportunidade de qualquer aproximação. Nunca trabalhei com uma pessoa tão falsa como Diógenes”, afirmou.
Hélio dos Anjos revelou que, após seu retorno ao clube durante a Série B do ano passado, apenas um mês após ter pedido demissão, ele percebeu uma mudança no ambiente interno do clube. Ele afirmou que tanto Edno Melo quanto Diógenes Braga se opuseram à sua recontratação. Além disso, o treinador negou que a demissão de seu filho e assistente, Guilherme dos Anjos, tenha sido o fator determinante para o fim de seu trabalho no clube. Suas declarações sugerem que havia divergências mais amplas entre ele e a diretoria do Náutico.
“Se a demissão do Guilherme tivesse sido a gota d’água eu teria entregado o cargo ontem. Quero lembrar uma coisa. Quando eu voltei, era com Edno e Diógenes. E eles não queriam de jeito nenhum a minha volta. Eu até não sabia, mas senti isso na pele. No primeiro jogo (contra o Remo, em Belém), Diógenes não compareceu. Edno não desceu no vestiário. Senti que minha presença estava incomodando. Agora, eu estava na minha casa. Foi o Náutico que me procurou novamente. E uma coisa que eu sempre falo para os jogadores. Acima de todos nós está a entidade”, pontuou.
Hélio não descartou a possibilidade de um retorno ao Náutico no futuro, desde que uma condição específica seja atendida.
“Em qualquer outra situação seria a pessoa mais privilegiada do mundo ter a chance de dirigir o Náutico pela quarta vez. Mas nunca com essa atual diretoria”, concluiu.