O Sport Clube do Recife vive uma temporada repleta de altos e baixos, mas o que mais tem chamado a atenção dos torcedores e especialistas é a sensação de que o time de seis meses atrás parece ter existido há uma década. O Leão, que entrou na 34ª rodada da Série A na vice-liderança, voltou a mostrar uma repetição de erros que vem custando pontos preciosos na corrida pelo acesso à Série B. A derrota por 2 a 1 para o Ceará, na última sexta-feira, foi mais um capítulo nessa história de frustrações.
O técnico Enderson Moreira, que no início de sua passagem pelo Sport colheu elogios pelo trabalho realizado, agora é alvo de críticas, especialmente devido à sua aparente relutância em mudar a forma de atuar da equipe. A cada jogo, o Sport parece girar no próprio eixo de erros, cometendo falhas semelhantes e mantendo uma estratégia que não tem surtido os efeitos desejados.
A escalação contra o Ceará trouxe algumas novidades, como a presença de Jorginho na criação, Alan Ruiz atuando como ponta e Edinho em outra função, enquanto Diego Souza assumiu a posição de centroavante. Vagner Love, após 53 jogos consecutivos como titular, foi para o banco de reservas, uma mudança elogiada pelo comentarista Cabral Neto. No entanto, a formação tática foi questionada, pois, para muitos, o Sport poderia render mais com um quarteto no meio-campo em formato de losango.
Cabral Neto argumenta que a insistência em manter a mesma abordagem tática de sempre prejudica o desempenho da equipe. Para ele, o Sport atual é muito diferente do que Enderson Moreira vê, e sugere que o treinador deveria explorar variações táticas, como jogar com três zagueiros, para tornar o time mais versátil.
No entanto, o comentarista também é realista em relação às perspectivas de mudança. Ele acredita que Enderson Moreira está preso a uma abordagem que não funcionou nos últimos meses e que, mesmo quando realiza substituições, insiste em que os jogadores cumpram as mesmas funções dos antecessores. Isso cria uma desconexão com a realidade atual do Sport e leva a resultados abaixo do esperado.
O Sport, apesar de pontuar bem e manter-se na briga pelo acesso, ainda precisa superar essa incoerência entre seu desempenho na tabela e sua atuação em campo. A sensação é a de que o Sport de seis meses atrás não pertence mais a esta realidade, e é essencial que a equipe se adapte a um futebol mais atual e competitivo.
À medida que a temporada se aproxima do seu desfecho, o desafio para o Sport e seu treinador é corrigir essas falhas repetitivas e encontrar uma abordagem que reflita a qualidade do elenco e as ambições do clube. A partida contra o Mirassol será uma oportunidade para mostrar se o Sport é capaz de evoluir ou se continuará vivendo no passado recente, quando os tempos eram diferentes, e a equipe era vista com outros olhos.