O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, lançou um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última segunda-feira (11), desafiando a decisão que o destituiu do cargo. O recurso, que alega ameaças à organização do futebol nacional, contesta a legalidade do processo que levou à sua remoção.
A defesa de Rodrigues argumenta que a medida pode ter consequências prejudiciais para o esporte, incluindo a suspensão de clubes brasileiros de competições sob a CONMEBOL e a FIFA. Se o recurso não for bem-sucedido, Ednaldo busca permanecer na presidência até a realização de novas eleições em 30 dias.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nomeou José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como interventor da CBF durante esse período sem presidente e responsável por conduzir a nova eleição.
Uma das preocupações de Ednaldo é o impacto potencial em questões desportivas, incluindo a Seleção Brasileira, considerando possíveis implicações em acordos, como o suposto acordo com o técnico italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid.
O caso teve origem em uma ação movida pelo Ministério Público em 2018, durante a gestão do ex-presidente Rogério Caboclo, afastado por denúncias de assédio sexual. A ação questiona os critérios eleitorais da CBF, alegando que a decisão de atribuir pesos diferentes a eleitores durante uma assembleia em 2017 fere a Lei Pelé. Ednaldo assumiu a presidência em março de 2022 por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro, mas a decisão que o destituiu foi unânime (3 a 0).