Em um movimento inédito, as nove federações de futebol do Nordeste do Brasil se uniram para combater a manipulação de resultados, firmando uma parceria voltada para prevenir esse tipo de prática. Em parceria com a Sportradar, uma empresa especializada em soluções para integridade esportiva, as federações introduzirão uma plataforma educacional online para os clubes. Esta plataforma, agora disponível para as federações, será posteriormente encaminhada aos respectivos clubes.
A iniciativa visa jogadores e comissões técnicas tanto do futebol profissional quanto das categorias de base desses estados. Ela proporcionará acesso a vídeos e módulos de treinamento abordando vários aspectos:
- Compreensão da manipulação de resultados
- Insights sobre o mercado de apostas
- Conexões com o crime organizado
- Estratégias utilizadas pelos manipuladores
- Regulamentações brasileiras e da FIFA sobre apostas
- Consequências para aqueles envolvidos em irregularidades
O objetivo principal é garantir que as equipes do Nordeste que participarão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2024 tenham concluído esse treinamento. Destacando a urgência, o presidente da federação de futebol de Alagoas, Felipe Feijó, revelou que o Zumbi, de Alagoas, enfrentou propostas de manipulação na última edição do torneio.
“Desde ligas de elite até competições de base, fomos alvos recorrentes de grupos que tentaram manipular resultados. Os problemas no Nordeste não são exclusivos; aqueles envolvidos em Alagoas podem surgir em outros lugares. Muitas vezes, os jogadores não têm consciência da gravidade dessas ações. Nosso foco inicial é a educação para prevenir tais ocorrências”, enfatizou Feijó.
As federações monitorarão a adesão dos clubes acompanhando o progresso dos jogadores na plataforma. O envolvimento dos clubes com o conteúdo será visível, garantindo responsabilidade. O vídeo educacional tem aproximadamente 25 minutos e finaliza com um questionário e certificação para os jogadores.
A participação na manipulação de resultados não só leva a sanções esportivas, mas também deixa um impacto negativo duradouro. Atletas envolvidos podem enfrentar repercussões legais, ameaças e chantagens.
Feijó acrescentou: “Se um jogador de destaque na primeira divisão é atraído para isso, imagine os que estão na base, sem salário e com poucas chances de se tornarem profissionais. Quanto mais baixo o nível, mais suscetíveis eles são. Aqueles que se envolvem nisso quebram um princípio fundamental do jogo.”
O Brasil encerrou o último ano com o maior número de partidas suspeitas globalmente, conforme o relatório anual de integridade da Sportradar, destacando a importância dessas medidas preventivas. A Sportradar mantém parcerias com CBF, UEFA e FIFA nesse âmbito.
