Na madrugada seguinte ao confronto entre Fortaleza e Sport na Arena de Pernambuco, um ataque surpreendente à delegação do Fortaleza revelou fragilidades na escolta policial. O ônibus que conduzia a equipe de volta ao hotel foi alvo de cerca de 100 pessoas, resultando em danos materiais e lesões corporais. A escolta, composta por apenas oito policiais militares, enfrentou um grupo premeditado e furtivo, levantando questionamentos sobre a eficácia do procedimento padrão.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, o número de policiais na escolta era considerado suficiente e seguia o padrão estabelecido. O Coronel Alexandre Tavares, coordenador do Grupo de Trabalho de Futebol da SDS, afirmou que o ataque foi um fato isolado, mas que o planejamento seria revisto. Ele ressaltou que, após cessar a agressão e dispersar o grupo, a polícia realizou os primeiros socorros, levando os feridos para o hospital.
“A escolta era em número suficiente para realizar esse procedimento que é sempre feito. É o tradicional, que é realizado em todos os jogos. Depois de cessar a agressão e dispersar o grupo, o efetivo fez os primeiros socorros, levando pessoas feridas na viatura para o hospital”, explicou o Coronel Tavares. A SDS também justificou a ausência de detenções após o ataque, alegando que o número de policiais na escolta estava em menor quantidade que o grupo agressor.
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“Ninguém foi preso porque, na hora, o número de policiais na escolta estava em menor número que o grupo. Após verificar que já havia danos ao ônibus e que pessoas precisavam de socorro imediato, o que a polícia fez, corretamente, foi cessar a agressão. Com certeza, se não estivesse lá seria muito pior”, afirmou o representante da SDS.
A Secretaria de Defesa Social também esclareceu informações sobre a presença de membros da organizada com bombas, indicando que não há relação direta com o ataque ao ônibus. O controle dessas situações é atribuído ao Batalhão de Choque, que, durante abordagens, pode apreender artefatos pirotécnicos.
O próximo passo será a investigação conduzida pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. Quatro crimes foram identificados no caso: lesão corporal, tumulto, dano ao patrimônio e associação criminosa. A polícia utilizará imagens de redes sociais para identificar os participantes do ataque e buscará responsabilizá-los pelos crimes cometidos. O episódio levanta discussões sobre a segurança nos eventos esportivos e a necessidade de revisão nos protocolos de escolta policial.